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O setor elétrico brasileiro tem ado por desafios crescentes diante do agravamento das mudanças no clima. Durante o sobre adaptação e mitigação às mudanças climáticas no Enase 2025, o gerente técnico da Climatempo, Pedro Regoto, destacou que estudos mais recentes mostram que o Nordeste do país está se tornando mais seco, o Sul mais chuvoso, e o Centro-Oeste apresenta temperaturas cada vez mais altas. O cenário é particularmente preocupante nas regiões responsáveis pela transmissão de energia elétrica, que incluem o Norte e o Nordeste, justamente onde há menor cobertura de dados meteorológicos e menor previsibilidade climática.

“A nossa matriz energética depende fortemente da transmissão, especialmente das linhas que escoam energia do Norte e Nordeste para o Sudeste. No entanto, são essas as regiões onde temos menor apoio de dados e, portanto, menor capacidade de prever eventos extremos”, explicou o especialista.

Regoto ressaltou dois fatores principais que prejudicam a previsibilidade: o primeiro é de ordem natural, o clima tropical e equatorial, que por sua natureza apresenta mudanças rápidas e abruptas. “Os modelos meteorológicos que usamos hoje não conseguem capturar com precisão essas variações tão rápidas, como tempestades que se formam e se dissipam em menos de uma hora”, disse.

O segundo ponto crítico é a escassez de dados. “Temos dados meteorológicos, mas são insuficientes. E quando temos pouco insumo, os modelos climáticos se tornam menos confiáveis, o que impacta diretamente a geração, transmissão e distribuição de energia”, destacou.

Essa baixa previsibilidade afeta desde o planejamento de manutenção até a gestão de operações em tempo real. E, olhando para o futuro, torna mais difícil projetar com confiança os impactos das mudanças climáticas, que exigem precisão para tomadas de decisão no setor.

De acordo com Regoto, outro dado preocupante diz respeito à revisão das projeções de tempo de retorno de eventos extremos, como os ventos fortes. Estudos antigos, usados para projetar a construção de linhas de transmissão, consideravam períodos de 50 a 100 anos. Hoje, muitos desses eventos já ocorrem em ciclos de apenas 15 a 20 anos. “O que se estimava que acontecia a cada 100 anos, agora pode ocorrer a cada 50 anos ou até menos. Isso mostra que os impactos das mudanças climáticas estão acelerando mais que o previsto nos anos 90″, conclui.

O alerta do especialista reforça a urgência de investimentos em infraestrutura de dados meteorológicos e em modelos mais robustos de previsão, especialmente em áreas vitais para matriz elétrica brasileira.

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